https://www.youtube.com/watch?v=6W4RduqM-A4&feature=youtu.be

Sua presença é espectral, como miragens em uma realidade desfocada!





Siluetas em trânsito









A presença é uma ilusão quando ninguém realmente se vê.

Um fluxo constante de figuras humanas avança em nossa direção, mas nunca chega. São presenças indefinidas, silhuetas que caminham em um movimento hipnótico, presas em um ciclo que as mantém em um trânsito eterno. Não podemos ver seus rostos nem saber quem são. São indivíduos solitários, isolados dentro de uma multidão. Às vezes caminham sozinhos, outras em pares ou pequenos grupos, mas sua presença dupla ou tripla não rompe o vazio que os envolve. Juntos, mas separados. Proximidade sem conexão.

Este projeto constrói uma paisagem humana em movimento, uma panorâmica de figuras que se deslocam sem avançar, presas em uma coreografia de passos repetitivos que as condena à repetição. As imagens se desdobram em uma grande parede de telas sem molduras, criando uma massa de corpos em movimento que nunca interagem entre si. O espectador entra em um espaço onde o tempo parece suspenso, onde a humanidade se dissolve em uma sequência infinita de gestos mecânicos.

Esta instalação nos confronta com uma paradoxa da condição humana: a necessidade de pertencimento e, ao mesmo tempo, a impossibilidade de escapar da nossa própria solidão. As figuras desta peça não estão completamente sozinhas, mas também não estão realmente acompanhadas. Há pares que caminham juntos, pequenos grupos que parecem compartilhar o mesmo espaço, mas sua relação é apenas aparência. Não se olham, não se tocam, não se reconhecem. São corpos próximos, mas sem vínculos. Sua companhia não anula sua solidão.

Esta visão reflete uma experiência cada vez mais comum em nossa sociedade: estar rodeado de pessoas, mas sentir-se profundamente só. A proximidade física não garante conexão emocional, e as relações podem se tornar meros reflexos, gestos automáticos que não chegam a se transformar em um verdadeiro vínculo. Esta obra nos obriga a olhar de perto essa realidade, a nos vermos refletidos nessas silhuetas que poderiam ser qualquer um de nós.

A falta de traços e detalhes nessas figuras não é casual. A obra elimina as identidades individuais para enfatizar um fenômeno contemporâneo: a dissolução do indivíduo dentro de um conjunto maior. Vivemos em uma sociedade onde fazemos parte de um todo, mas muitas vezes ao custo de perder algo essencial de nós mesmos. Tornamo-nos formas, presenças anônimas, corpos sem história.

As figuras duplas ou triplas acentuam essa sensação de indefinição. Sua repetição não reforça sua presença, mas a dilui ainda mais. Podemos vê-las como reflexos de nós mesmos em diferentes momentos da vida, como multiplicações de uma mesma ausência. Não são pessoas, são espectros de uma humanidade que vai se desvanecendo.

"Siluetas em Trânsito" é uma exploração da fragilidade do indivíduo dentro do coletivo, da impossibilidade de escapar da própria solidão mesmo estando rodeado por outros. A obra nos convida a nos enxergarmos nesse espelho inquietante, a reconhecer nossa própria condição nesses corpos que caminham, caminham e caminham, mas nunca chegam a lugar algum.

Este título e slogan encapsulam a paradoxa central do projeto: a tensão entre o movimento e a imobilidade, entre a presença física e a ausência emocional. As figuras se movem, mas não avançam. Existem, mas não se definem. São parte de um conjunto, mas não interagem.

A obra fala sobre a solidão contemporânea, de uma sociedade hiperconectada onde, paradoxalmente, o isolamento é mais profundo do que nunca. Essas figuras são metáforas dos corpos urbanos que transitam pelas ruas, escritórios e espaços compartilhados sem estabelecer vínculos. Andarilhos anônimos em um ciclo infinito de repetição, presos em um laço que os priva de trajetória, destino e sentido.

A ausência não é apenas uma condição física, mas emocional. As figuras estão, mas não se reconhecem. Sua presença é espectral, como miragens em uma realidade desfocada. É esse movimento eterno e estéril que gera inquietação: não sabemos se vêm ou se vão, se se aproximam ou desaparecem. Só sabemos que nunca se encontram.

O conjunto de imagens e vídeos reforça essa ideia, criando uma panorâmica de solidão coletiva, onde cada um parece condenado a existir em um espaço próprio, sem uma interseção real com o outro. A obra questiona a identidade em um mundo onde a individualidade se dilui, e onde estar fisicamente não garante estar realmente.

https://www.youtube.com/watch?v=o-TRpKGaNK0&feature=youtu.be
https://www.youtube.com/watch?v=G6e1VTu1UH4&feature=youtu.be

¡Não são pessoas,
são espectros de uma humanidade que vai se desvanecendo!





Ausências em Movimento!





As figuras se movem, mas não avançam. Existem, mas não se definem. São parte de um conjunto, mas não interagem.

As figuras humanas se transformam em sombras em movimento. São silhuetas indefinidas, sem rosto nem identidade, que avançam em direção à câmera desde a distância, mas nunca chegam. Seu deslocamento é uma ilusão: caminham, mas não se movem. Esse efeito, gerado pelo ciclo repetitivo de um ou dois passos, cria uma tensão hipnótica e desconcertante. Não sabemos se estão se aproximando ou se, na verdade, estão se afastando de um tempo e um espaço que não conseguimos situar.

Não se olham, não se tocam, não se reconhecem. São corpos próximos, mas sem vínculos. Sua companhia não anula sua solidão.

Siluetas em trânsito

A instalação é composta por múltiplas telas de televisão, sem molduras, dispostas em linha para formar uma grande panorâmica contínua. Uma massa de figuras humanas, de diferentes dimensões devido ao efeito da perspectiva, avança de maneira ininterrupta, como se fosse uma procissão espectral ou uma marcha em direção a um destino desconhecido. A repetição, a falta de detalhes e a monocromia—com um branco dominante e silhuetas em um cinza suave—constroem uma atmosfera de irrealidade, de sonho ou de presságio.

A peça joga com essa ambiguidade, situando o espectador em uma posição de observador desconfortável, testemunha de uma marcha eterna que pode ser tanto um avanço quanto uma fuga.

O uso do ciclo reforça a sensação de um tempo suspenso, de um trânsito sem direção, onde o movimento não leva a lugar algum. Essa marcha hipnótica pode lembrar a condição existencial do ser humano, em um caminho contínuo de perguntas sem resposta, ou até mesmo uma crítica sutil à rotina, ao consumo de imagens que se repetem até a saturação.

Significado e Interpretação:

Este projeto pode evocar múltiplas leituras. Pode falar do deslocamento perpétuo do ser humano, da condição nômade e da busca constante por um destino que nunca é alcançado. Também pode ser uma metáfora do anonimato contemporâneo, da despersonalização em um mundo saturado de imagens e presenças que se tornam sombras.

Com uma encenação minimalista, mas impactante, "Siluetas em Trânsito" convida à contemplação e à reflexão. Através da repetição, da despersonalização e da ilusão de movimento, esta obra explora a fragilidade da identidade, a ideia da viagem como metáfora da existência e o peso de um futuro incerto. O espectador, preso diante desse fluxo constante de figuras, pode sentir-se parte dessa corrente interminável, desse estranho trânsito para um destino que nunca chega.

Sua presença é espectral, como miragens em uma realidade desfocada!





Siluetas em Trânsito II – Fotografias













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